por Deivid Machado Gomes
I.
Só, sou só
Um
Perdido n’um
Oceano de uns
E outros sozinhos
Arrogante e pretensioso
Julgando me bastar por mim,
Capaz de tudo
Sem, no entanto
Nada fazer
Meu reles simulacro
De identidade perfeita
Se esfacelaria
Diante dos erros e acertos
Do mundo de causas e efeitos
Chamado Realidade
II.
A melhor forma de ver
Perdido n’um
Oceano de uns
E outros sozinhos
Arrogante e pretensioso
Julgando me bastar por mim,
Capaz de tudo
Sem, no entanto
Nada fazer
Meu reles simulacro
De identidade perfeita
Se esfacelaria
Diante dos erros e acertos
Do mundo de causas e efeitos
Chamado Realidade
II.
A melhor forma de ver
A vida passar é
Nada fazer
Ficar olhando pela janelinha
Estreita do ego, e
Passivamente
Se ajeitar da maneira menos incomoda
Diante dos sacolejos da viagem
Muitas paisagens, estações, monotonia
Até que o trem quebra
Não,
Descarrila
Nada fazer
Ficar olhando pela janelinha
Estreita do ego, e
Passivamente
Se ajeitar da maneira menos incomoda
Diante dos sacolejos da viagem
Muitas paisagens, estações, monotonia
Até que o trem quebra
Não,
Descarrila
Ou pior, Ele segue
Sua jornada monocórdia
E infinita de Piuis-Piuis e Thus-Thus
Atrelado ao roteiro cíclico, previsível
Dos trilhos de metal-ferrugem gélidos
E assim fica
Até que você decide saltar
Pela janelinha enlouquecido defronte a ilusão peçonhenta
Que durante tanto tempo lhe inoculou
O veneno letárgico do egotismo
III.
E ao cair e rolar por esse novo
Mundo não cômodo
No quase bater a cabeça a uma pedra
Mãos desconhecidas seguram-lhe
E você descobre que não foi o primeiro
A saltar do trem
Lá estavam eles
Outros proscritos
Que também abdicaram de abdicar
Da direção tomada por suas vidas
Estavam suados, arranhados e sorrindo
Por abrir picadas na mata
Desvelar novos caminhos
Cachoeiras, vales, tribos
Sozinhos sobreviveriam com decência
Apenas alguns dias
Logo se transformariam em carniceiros
Ou morreriam de fome
Mas quando juntos
A Natureza passava de megera indócil
Para amante compreensiva
Intolerante somente com o demasiar do ócio
Desse modo tornaram-se, depois de certo tempo nessa lida,
Alegres e humildes nômades
Que não dispunham mais da velocidade do trem
Portanto, não estavam atrelados também
Aos seus roteiros conhecidos
A passos lentos e sem luxo
Podiam descobrir sempre o que estavam por vir
Oculto, em qualquer um dos quatro cantos do horizonte
Tudo isso porque decidiram cruzar uma janela
Abrir mão de uma Realidade Utópica
Sua jornada monocórdia
E infinita de Piuis-Piuis e Thus-Thus
Atrelado ao roteiro cíclico, previsível
Dos trilhos de metal-ferrugem gélidos
E assim fica
Até que você decide saltar
Pela janelinha enlouquecido defronte a ilusão peçonhenta
Que durante tanto tempo lhe inoculou
O veneno letárgico do egotismo
III.
E ao cair e rolar por esse novo
Mundo não cômodo
No quase bater a cabeça a uma pedra
Mãos desconhecidas seguram-lhe
E você descobre que não foi o primeiro
A saltar do trem
Lá estavam eles
Outros proscritos
Que também abdicaram de abdicar
Da direção tomada por suas vidas
Estavam suados, arranhados e sorrindo
Por abrir picadas na mata
Desvelar novos caminhos
Cachoeiras, vales, tribos
Sozinhos sobreviveriam com decência
Apenas alguns dias
Logo se transformariam em carniceiros
Ou morreriam de fome
Mas quando juntos
A Natureza passava de megera indócil
Para amante compreensiva
Intolerante somente com o demasiar do ócio
Desse modo tornaram-se, depois de certo tempo nessa lida,
Alegres e humildes nômades
Que não dispunham mais da velocidade do trem
Portanto, não estavam atrelados também
Aos seus roteiros conhecidos
A passos lentos e sem luxo
Podiam descobrir sempre o que estavam por vir
Oculto, em qualquer um dos quatro cantos do horizonte
Tudo isso porque decidiram cruzar uma janela
Abrir mão de uma Realidade Utópica
Para construir
Uma Utopia Pragmática
IV.
Uma Utopia Pragmática
IV.
Finalizo meu relato sobre o frio que coroe alma
Do medo que assombra
Do torpor que cala
Dizendo-lhes a pergunta que ecoa antes do grande salto:
Por Que Não?
Do medo que assombra
Do torpor que cala
Dizendo-lhes a pergunta que ecoa antes do grande salto:
Por Que Não?
Nenhum comentário:
Postar um comentário