Fé cênica (fé. cê.ni.ca.)
Expressão criada por Constantin Stanislavski (1864-1938) para designar a capacidade do ator acreditar na ficção a ponto de convencer o espectador de que aquela ficção constitui uma realidade para o personagem. A aparência de verdade que o ator imprime aos gestos e movimentos ensaiados e às falas decoradas, tornando crível a sua interpretação. Para Stanislavski, fé cênica é o "estado psicofísico que nos possibilita a aceitação espontânea de uma situação e de objetivos alheios como se fossem nossos".
Em miúdos, sabe aquele momento em que você se emociona, ou morre de raiva, ou de pena, ou torce para aquele personagem? Seja nos palcos do teatro, seja nos filmes e até nas novelas, o que acontece naquele momento é que a interpretação do personagem foi tão verdadeira a ponto de despertar diversas sensações na gente.
Muitas vezes isso acontece pois o ator se dedicou o possível para que o personagem crie essa aproximação com o público. Não é à toa que vimos em entrevistas que o ator fez um laboratório para trabalhar determinado personagem.
O laboratório nada mais é do que um estudo aprofundado do personagem, através dele que o ator começa a criar essa "segunda vida", procurando entender quem é esse personagem, de onde ele vem, qual é o meio que ele vive, quais são os obstáculos que ele enfrenta, quais são suas qualidades, seus vícios, como se movimenta, como reage, como fala... Enfim, tudo isso gera um material preciosíssimo para o ator alcançar a fé cênica.
E tu aí achando que ator não estuda, néam?
Tem alguma dúvida sobre o universo do teatro? Comenta aqui embaixo!
Fonte: Dicionário de Teatro, de Luiz Paulo Vasconcelos
Nenhum comentário:
Postar um comentário